EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA CÍVEL 3/2015
Estadual
Judiciário
16/01/2015
21/01/2015
DJERJ, ADM, n. 91, p. 48.
Ementário de Jurisprudência Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA CÍVEL Nº 3/2015
COMISSÃO DE JURISPRUDÊNCIA
Presidente: CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ JUNIOR
Organização: Serviço de Pesquisa Jurídica e Publicação de Jurisprudência
(DGJUR DIJUR SEPEJ) dijur@tjrj.jus.br
Rua Dom Manoel 29, 2º andar, sala 208, Praça XV
Ementa número 1
ATRASO DE VOO
ATLETA PROFISSIONAL
PREPARACAO PARA O EVENTO
IMPOSSIBILIDADE
PREJUIZO AO CONSUMIDOR
DANO MORAL
AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS APTOS A ENSEJAR A ALTERAÇÃO DA DECISÃO MONOCRÁTICA HOSTILIZADA, QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU. DECISÃO ASSIM EMENTADA: "APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRANSPORTE AÉREO. CHEGADA AO DESTINO COM CERCA DE 10 HORAS DE ATRASO. ATLETA QUE TEVE SUA PREPARAÇÃO PARA EVENTO CLASSIFICATÓRIO PREJUDICADA. Atraso para embarque e decolagem que integram o risco da atividade prestada pela companhia aérea. Dano que deverá ser indenizado, independentemente de culpa. Magistrado de piso que agiu com acerto ao fixar o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) como reparação extrapatrimonial ao autor, por ter observado todos os aspectos para sua fixação, tais como o caráter compensatório do instituto, o seu viés preventivo, punitivo e pedagógico, atentando às balizas da razoabilidade e proporcionalidade, levando em consideração, principalmente, as condições pessoais do lesado, que vinha se preparando para evento classificatório para competição internacional, tendo o atraso de sua chegada, em mais de dez horas, afetado profundamente o seu equilíbrio físico e psicológico, tendo que lidar com a frustração ante a perda da oportunidade de participar com bons resultados no referido campeonato. Manutenção da sentença. DESPROVIMENTO DO RECURSO". DESPROVIMENTO DO AGRAVO INTERNO.
APELACAO 0491044 13.2012.8.19.0001
VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). ANTONIO CARLOS DOS SANTOS BITENCOURT Julg: 06/11/2014
Ementa número 2
ADMINISTRADORA DE IMOVEIS
AUSENCIA DE REPASSE DO VALOR
MA PRESTACAO DE SERVICOS
DANO MORAL IN RE IPSA
AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATO DE ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEL. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. VALORES RECEBIDOS E NÃO REPASSADOS. DANO MORAL CONFIGURADO. ENUNCIADO JURÍDICO Nº 116, DO AVISO Nº 55/2012 DO TJRJ. De acordo com a lei consumerista, o fornecedor de serviços, ora Apelante 1, responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, artigo 14 do CDC. Dano moral in re ipsa. Vulneração do princípio da boa fé objetiva e dos deveres anexos de lealdade e cooperação. Recursos conhecidos e negado provimento. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO DE AGRAVO DO ART. 557, § 1º DO CPC.
APELACAO 0130396 09.2013.8.19.0001
VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). JDS. DES. ISABELA PESSANHA CHAGAS Julg: 04/11/2014
Ementa número 3
RENEGOCIACAO DA DIVIDA
CAPITALIZACAO DE JUROS
LEGALIDADE
MEDIDA PROVISORIA N. 2170-36, DE 2001
COMISSAO DE PERMANENCIA
AGRAVO DO ART. 557, § 1º DO CPC EM APELAÇÃO . DECLARATÓRIA DE NULIDADE DO CONTRATO DE RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS , REVISÃO DO DÉBITO COM O EXPURGO DOS JUROS CAPITALIZADOS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Decisão monocrática que deu provimento ao recurso para reconhecer a legalidade do anatocismo e, consequentemente, julgar improcedente o pedido inicial, condenando o Autor ao pagamento das custas judiciais e dos honorários advocatícios, fixados em R$1.000,00 (mil reais), na forma do § 4º do artigo 20 do mesmo texto legal antes citado Agravo interno oposto pelo apelado encontra se em desacordo com o disposto na SUMULA 472 do STJ, que dispõe que a cobrança de comissão de permanência exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e multa contratual. Afirma que não há previsão de cobrança de juros de forma capitalizada, restando claro, portanto, por qualquer prisma que se observe, a ilegalidade da capitalização mensal de juros praticada pela demandada.. Ausência de amparo ao recurso. Jurisprudência do STJ, consolidada quando do julgamento do Recurso Especial Representativo de Controvérsia n.º 20 (REsp n.º 973.827/RS), no sentido de ser legal a capitalização mensal dos juros, nos contratos firmados depois da edição da Medida Provisória n.° 1.963-17/2000, posteriormente reeditada sobre o n.° 2.170/36/2001, que é a hipótese dos autos. 7 No que tange a cobrança de comissão de permanência convém mencionar que como bem salientado pelo juízo sentenciante, não há ilegalidade na sua cobrança por parte do Réu. Infere se que não houve cumulação de comissão de permanência com correção monetária, conforme resposta ao quesito autoral nº 2 (fl. 424.. 8 Contrato válido e eficaz que não foi desconstituído e, assim, devem prevalecer às cláusulas como estipuladas .Improcedência dos pedidos autorais que se impõe, com a condenação do Demandante na sucumbência, com aplicação da Lei nº 1.060/50. Manutenção da decisão agravada. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.
APELACAO 0189995 15.2009.8.19.0001
QUARTA CAMARA CIVEL
Des(a). SIDNEY HARTUNG BUARQUE Julg: 10/10/2014
Ementa número 4
LANCAMENTO DE ESGOTO IN NATURA
DANO INFECTO A IMOVEL
CEDAE
MA PRESTACAO DE SERVICOS
DANO MORAL CONFIGURADO
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. ESGOTO A CÉU ABERTO. INTOLERÁVEL MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. LEGITIMIDADE DA CEDAE. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR INDENIZATÓRIO QUE MERECE SER ELEVADO COMO FORMA DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE O JUDICIÁRIO NÃO COONESTA AS CONDIÇÕES DE SERVIÇOS PRESTADOS PELAS NOSSAS CONCESSIONÁRIAS. RECURSO AUTORAL PROVIDO ART. 557, § 1º A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. APELO DA CONCESSIONÁRIA AO QUAL SE NEGOU SEGUIMENTO, COM ESPEQUE NO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 557 DO CPC. AGRAVO INTERNO. IMPROVIMENTO. I O relator, ao proferir a decisão unipessoal, deixou explícito que estando a decisão sujeita a agravo interno, teria sua data de julgamento informada em nosso sítio eletrônico, ficando as partes cientes de que a despeito de não haver sustentação oral, esclarecimentos de fato poderão ser prestados, os únicos que poderiam influir na turma julgadora. Portanto, admissível a aplicação do art. 557, do Código de Processo Civil. Se nulidade houvesse, estaria sanada neste julgamento; II A alegação de ausência de intimação para acompanhamento da perícia não se sustenta ante a comprovação de que a apelante foi devidamente intimada por e mail enviado pelo perito. Ademais, a concessionária não comprova que a suposta ausência de intimação tenha lhe trazido qualquer prejuízo; III Se, após a apresentação do laudo, teve oportunidade de se manifestar, não solicitando qualquer esclarecimento ou suscitando nulidade "A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão" art. 245, do Código de Processo Civil, inviável o acolhimento da pretensão recursal, também sob o aspecto da nulidade; IV A preliminar de ilegitimidade passiva deve ser rejeitada. Indiscutível a responsabilidade da CEDAE, e por extensão a sua legitimidade passiva, para a execução das obras; V A prova pericial comprova os fatos narrados na inicial e o dano moral restou evidente diante dos transtornos que notoriamente advêm do referido fato "vazamento de esgoto a céu aberto"; VI O quantum fixado R$ 6.000,00 (seis mil reais) para cada autor não atende aos princípios da razoabilidade. "O professor de recursos hídricos Paulo Canedo, do Instituto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe UFRJ)", ao analisar a vergonhosa poluição da Baía de Guanabara onde milhões têm sido investidos, "ressalta que vazamentos de óleos também influenciam, mas em proporção bem menor do que o esgoto e o lixo. "Os vazamentos de óleo são a terceira maior fonte poluidora. Quando ocorre, é visto como um desastre, chama a atenção e aparece nas manchetes nos jornais. Mas isso só acontece porque nós nos acostumamos a viver dentro de cocô, porque a precariedade das nossas águas era para estar na primeira página de todos os jornais todo santo dia". A elevação do quantum indenizatório quer dizer que o Judiciário não compagina com a incúria administrativa. Que aí está, "de pé e à ordem", vigilante na defesa daqueles que têm nele, Judiciário, a última fonte de esperança. "(...). Ainda é tempo de esculpir se a verdadeira imagem da Justiça; ainda é tempo de apresentá la como nume tutelar de seus servidores e divindade que protege, indistintamente, a todos os homens; ainda é tempo de mostrá la com cabeleira ondulada; perfil grego; balança de equilíbrio; tábuas da lei; vestida com a túnica de deuses mitológicos. Ela é nosso destino; nosso princípio e nosso fim. (...)", na linguagem imortal do ilustre Desembargador JORGE FERNANDO LORETTI; VII Improvimento ao agravo interno.
Precedente Citado : STJ EDcl no AgRg nos EDcl no AREsp 60354/RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 17/04/2012.
APELACAO 0119306 48.2006.8.19.0001
DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL
Des(a). ADEMIR PAULO PIMENTEL Julg: 30/10/2014
Ementa número 5
DIVULGACAO DE FALSO PERFIL NA INTERNET
SACERDOTE DA IGREJA CATOLICA
EXPOSICAO INJURIOSA E DIFAMATORIA DE IMAGEM
RESPONSABILIDADE DO PROVEDOR
FALHA NA PRESTACAO DO SERVICO
DANO MORAL
Responsabilidade Civil. Ação de conhecimento objetivando o Autor o bloqueio de e mail e de perfil falso em site de relacionamentos, com pedidos cumulados de fornecimento dos dados disponíveis para identificar o falsário e indenização por dano moral. Procedência do pedido, condenadas as Rés (GOOGLE e FACEBOOK) ao pagamento de R$ 10.000,00, a título de indenização por dano moral. Apelação do Autor e das Rés. Relação de consumo. Responsabilidade objetiva. Consumidor por equiparação. Sacerdote da Igreja Católica que foi vítima de falsário que criou e mail e perfil falsos no Facebook e divulgou mensagens inverídicas com afirmações enganosas, inclusive sobre seu engajamento em uma associação de promoção da homossexualidade. Desídia das Rés em bloquear os perfis falsos, o que contribuiu para que permanecesse sendo divulgado o conteúdo jocoso e inverídico, abalando a imagem do sacerdote perante a sociedade e seus superiores eclesiásticos. Falha na prestação do serviço, impondo às Rés o bloqueio do e mail e exclusão do falso perfil. Dano moral configurado. Quantum da reparação que deve ser majorado para R$ 15.000,00 que se mostra mais compatível com critérios de razoabilidade e de proporcionalidade e com a repercussão dos fatos narrados nestes autos. Desprovimento da apelação da parte ré e provimento da apelação do Autor.
Precedente Citado : STJ REsp 1117633/RO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/03/2010.
APELACAO 0084775 23.2012.8.19.0001
VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA Julg: 02/10/2014
Ementa número 6
CONCESSIONARIA DE SERVICOS DE TELEFONIA
COBRANCA INDEVIDA
DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMO
DANO MORAL IN RE IPSA
E M E N T A: APELAÇÃO CÍVEL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. TELEFONIA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. COBRANÇA INDEVIDA. DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMO. DANO MORAL IN RE IPSA. Conjunto probatório que evidencia a falha na prestação do serviço. Responsabilidade civil objetiva da Concessionária de serviço público. Apesar de constar como uma das empresas mais acionados neste Eg. Tribunal de Justiça, não se constata uma melhora no serviço (jurídica e administrativa) visando evitar as infrações contidas no CDC, tendo em vista que a cada dia aumenta o número de processos em face da Apelada por alegada má prestação de serviço. A hipótese dos autos bem caracteriza aquilo que a doutrina consumerista contemporânea identifica como ¿desvio produtivo do consumo¿, assim entendido como a situação caracterizada quando o consumidor, diante de uma situação de mau atendimento em sentido amplo precisa desperdiçar o seu tempo e desviar as suas competências ¿ de uma atividade necessária ou por ele preferida ¿ para tentar resolver um problema criado pelo fornecedor, a um custo de oportunidade indesejado, de natureza irrecuperável. Dever de indenizar. Negado provimento ao recurso da 1ª Apelante e dado parcial provimento ao recurso do 2º Apelante.
Precedente Citado : TJRJ AC 0138350.09.2013.8.0001, Rel. Des. Alcides da Fonseca Neto, julgado em 30/07/2014.
APELACAO 0004828 53.2009.8.19.0023
VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). ANDREA FORTUNA TEIXEIRA Julg: 12/11/2014
Ementa número 7
MORTE POR ELETROCUSSAO
RESPONSABILIDADE CIVIL DE FERROVIA
DESIDIA DA CONCESSIONARIA
DEVER DE SEGURANCA
INDENIZACAO POR PERDAS E DANOS
APELAÇÕES CÍVEIS. CBTU. ENTE FAMILIAR DOS AUTORES QUE MORREU ELETROCUTADO, EM 10.05.1992, POR UM FIO DE ALTA TENSÃO DE PROPRIEDADE DA RÉ. PROVA TESTEMUNHAL QUE COMPROVA TER A VÍTIMA SE UTILIZADO DE PASSAGEM CLANDESTINA, PRÓXIMA A CAMPO DE FUTEBOL COMUMENTE UTILIZADA PELA POPULAÇÃO LOCAL. AUSÊNCIA DE PASSARELA QUE IMPEDISSE A UTILIZAÇÃO DA PASSAGEM. RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA. CULPA EXCLUSIVA E CONCORRÊNCIA DE CAUSAS AFASTADAS. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. No caso sob exame, a conduta da concessionária em permitir que passagem clandestina, próxima a campo de futebol, seja utilizada por anos pela população mostra se gravíssima e propiciadora de causar danos aos usuários, como ocorreu com o filho e irmão das vítimas. Acresça se que sequer podemos falar em concorrência de causas, pois como não havia passarela próxima ao local, a vítima não teve opção entre a passagem perigosa e a travessia cautelosa. A quantificação dos danos feita pelo magistrado de 1º grau não merece reparos, eis que o valor arbitrado se mostra proporcional. Ademais, desnecessária a constituição de capital garantidor, uma vez que se trata de empresa sólida. Quanto aos juros, estes devem incidir a partir do evento danoso, nos termos da súmula 54 do STJ, no percentual de 0,5 ao mês até a entrada em vigor do novo Código Civil e 1% após a sua vigência. DESPROVIMENTO DO 1º RECURSO E PARCIAL PROVIMENTO DO SEGUNDO.
Precedente Citado : TJRJ AC 0409688 35.2008.8.19.0001, Rel. Des. Cezar Augusto R. Costa, julgado em 05/11/2013.
APELACAO 0040921 18.2008.8.19.0001
OITAVA CAMARA CIVEL
Des(a). FLAVIA ROMANO DE REZENDE Julg: 05/11/2014
Ementa número 8
CONDUTOR DO VEICULO
CONTRATO DE SEGURO
MORTE POR ATROPELAMENTO
CLAUSULA LIMITATIVA
ESTIPULACAO ABUSIVA
DANO MORAL CONFIGURADO
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. SEGURO AUTOMOTIVO. ATROPELAMENTO DO CONDUTOR QUE ESTAVA FORA DO VEÍCULO, OCASIONANDO SEU ÓBITO. CONTRATO QUE PREVÊ A INDENIZAÇÃO SOMENTE PARA OS CASOS EM QUE O CONDUTOR ESTEJA NO INTERIOR DO VEÍCULO. ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA LIMITATIVA. NECESSIDADE DE SUBSUNÇÃO DO FATO ÀS CLÁUSULAS CONTRATUAIS EM CONFORMIDADE COM O ART. 51 DO CDC. OCORRÊNCIA DE NEXO CAUSAL APTO A ATRAIR A INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA EM FAVOR DO CONSUMIDOR. FATOS QUE SE INCLUEM NA MESMA CADEIA DE DESDOBRAMENTO LÓGICO. RECURSO A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, §1º A, DO CPC.
Precedente Citado : STJ REsp 1447262/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 11/09/2014.
APELACAO 0141488 38.2011.8.19.0038
VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). FLAVIO MARCELO DE AZEVEDO HORTA FERNANDES Julg: 12/09/2014
Ementa número 9
CRECHE
LESOES SOFRIDAS POR CRIANCA
FALHA NA PRESTACAO DO SERVICO
DANO MORAL
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. ALUNO MATRICULADO EM CRECHE. CONSTANTES LESÕES SEM JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL. CONFIGURAÇÃO DE FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. CONFIGURAÇÃO DE DANOS MORAIS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARA DETERMINAR A CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DE DANOS MORAIS E DE DANOS MATERIAIS CONSISTENTES EM VERBA A TÍTULO DE AUXÍLIO CRECHE QUE DEIXOU DE RECEBER POR ATRASO DA RÉ NA ELABORAÇÃO DE NOTA FISCAL. APELAÇÃO CÍVEL DA RÉ. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO DE FORMA JUSTA E ADEQUADA, EM ATENÇÃO À EXTENSÃO DO DANO, ÀS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS EM OBEDIÊNCIA AOS CRITÉRIOS DE PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. CONFIRMAÇÃO INTEGRAL DA SENTENÇA. NEGA SE SEGUIMENTO AO RECURSO NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.
APELACAO 0027527 65.2013.8.19.0001
VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). GILBERTO CLOVIS FARIAS MATOS Julg: 29/10/2014
Ementa número 10
SEGURO DE VEICULO
CONSERTO DE AUTOMOVEL
DEMORA PARA AUTORIZAÇÃO
SUBSTITUICAO DE PECAS
NAO AUTORIZACAO
DANO MORAL
EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO OBRIGAÇÃO DE FAZER, CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. VEÍCULO AUTOMOTOR. SINISTRO. DEMORA DA SEGURADORA EM AUTORIZAR OS NECESSÁRIOS REPAROS. SUBSTITUIÇÃO DE PEÇAS NÃO AUTORIZADAS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MATERIAIS. DANOS MORAIS. VERBA REPARATÓRIA. FIXAÇÃO. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. DECISÃO CORRETA, NA FORMA E NO CONTEÚDO, QUE INTEGRALMENTE SE MANTÉM. 1. Não restou comprovado pela ré que a autorização dos serviços foi dada no prazo estabelecido no contrato nem mesmo que a demora foi ocasionada pela oficina conveniada, ônus que lhe competia. Registre se, ainda, que diante da alegação autoral de que houve recusa na substituição do retrovisor e do sistema de freio, caberia à demandada comprovar que tal fato não ocorreu ou que os danos apontados não têm relação com o sinistro, posto que o consumidor parte manifestamente vulnerável não detém conhecimento técnico, apto a se defender contra a mera recusa na prestação do serviço. 2. Como assim prevê o parágrafo único do art. 7º, do CDC, tendo mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo, disposição que vem repetida nos artigos 18, caput, e 25, § 1º, da lei consumerista. 3. Daí porque, e na linha conclusiva da r. sentença, uma vez caracterizada a falha na prestação do serviço, assume o fornecedor a obrigação de reparar integralmente os danos daí decorrentes. 4. se cada litigante for em parte vendedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas, como mais uma vez muito bem sinalizado e proporcionalmente aplicado na sentença recorrida. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.
APELACAO 0008670 89.2010.8.19.0028
PRIMEIRA CAMARA CIVEL
Des(a). JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO Julg: 05/11/2014
Ementa número 11
ERRO NA APLICACAO DE MEDICAMENTOS
MORTE DE FILHO MENOR
SERVICO MEDICO HOSPITALAR DEFEITUOSO
DANO MORAL
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE SERVIÇOS MÉDICO HOSPITALAR. Narram os Autores o falecimento de seu filho, de apenas nove meses, nas dependências do Réu em decorrência de erro na administração de medicação gasosa em acesso venoso. Prova pericial conclui que a falha nos procedimentos de enfermagem motivou o óbito do menor. Dano moral configurado e indenização fixada em R$150.000,00 para cada um dos Autores, impugnada por ambas as partes. Majoração que se impõe ante a dinâmica dos fatos, com base em precedente do Superior Tribunal de Justiça. O termo a quo para incidência dos juros é a data da citação por se tratar de relação jurídica contratual. Honorários fixados em observância ao disposto na legislação processual civil e à natureza da causa. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO AUTORAL. DESPROVIMENTO DO RECURSO DO RÉU.
Precedente Citado : STJ REsp 674586/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 06/04/2006.
APELACAO 0015118 19.2008.8.19.0038
VIGESIMA QUINTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). LEILA MARIA RODRIGUES PINTO DE CARVALHO E ALBUQUERQUE Julg: 14/11/2014
Ementa número 12
CONCESSIONARIA DE SERVICO PUBLICO
VAGAO EXCLUSIVO PARA MULHERES
MOLESTACAO SEXUAL
DANO MORAL
AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO. DECISÃO AGRAVADA QUE SE MANTÉM. DECISÃO ASSIM EMENTADA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO COM PRETENSÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO. ALEGAÇÃO DE MOLESTAÇÃO SEXUAL E AGRESSÃO EM VAGÃO EXCLUSIVO PARA MULHERES. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA PARCIAL. RECURSO ADESIVO. INEXISTÊNCIA DE SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO PARA A SUA INTERPOSIÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 500, CAPUT, DO CPC. VERBETE Nº 105 DA SÚMULA DE JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE DE JUSTIÇA. RECURSO DA RÉ. FATO IMPEDITIVO, EXTINTIVO OU MODIFICATIVO DO ALEGADO DIREITO DAS AUTORAS. NÃO DEMONSTRAÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 333, INCISO II, DO CPC. DANO EXTRAPATRIMONIAL CONFIGURADO. VERBA COMPENSATÓRIA FIXADA EM R$ 8.000,00, OBSERVADOS OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. APLICAÇÃO DO VERBETE Nº 116, DO ENCONTRO DE DESEMBARGADORES COM COMPETÊNCIA EM MATÉRIA CÍVEL, OBJETO DO AVISO N.º 55/2012. JUROS DE MORA. RELAÇÃO JURÍDICA CONTRATUAL. RETIFICAÇÃO DO TERMO A QUO. FLUIÇÃO A PARTIR DA CITAÇÃO, NOS TERMOS DOS ARTIGOS 405 DO CC/2002 E 219 DO CPC. RECURSO DAS AUTORAS A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, COM FULCRO NO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC E DA RÉ A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO, NA FORMA DO §1º A DO ALUDIDO DISPOSITIVO LEGAL. RECURSO DE AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
APELACAO 0412667 28.2012.8.19.0001
VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). LUCIANO SILVA BARRETO Julg: 03/12/2014
Ementa número 13
TRATAMENTO FONOAUDIOLOGICO
RECUSA DE COBERTURA
RESPONSABILIDADE DA OPERADORA DE PLANO DE SAUDE
ATO ILICITO
OBRIGACAO DE INDENIZAR
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. PLANO DE SAÚDE. RECUSA DE COBERTURA DE TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO EM CRIANÇA COM DISLALIA. SESSÕES DE FONOAUDIOLOGIA NECESSÁRIAS AO TRATAMENTO CLÍNICO DO AUTOR. RESPONSABILIDADE DA RÉ É OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO E RAZOAVELMENTE QUANTIFICADO. JURISPRUDÊNCIA DESTE E. TJ/RJ. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA QUE SE MANTÉM. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
Precedente Citado : TJRJ AC 0016401 68.2011.8.19.0007, Rel. Des. Adolpho Andrade Melo, julgado em 22/08/2012.
APELACAO 0000487 53.2010.8.19.0021
VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). MARCELO CASTRO ANATOCLES DA SILVA FERREIRA Julg: 22/10/2014
Ementa número 14
APLICACAO DE PRODUTO QUIMICO
APARECIMENTO DE MANCHAS NO ROSTO
TRATAMENTO DERMATOLOGICO
NECESSIDADE DE EMPRESTIMO PARA CUSTEIO
TEORIA DO RISCO DO EMPREENDIMENTO
RESPONSABILIDADE CIVIL DE FABRICANTE
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. AQUISIÇÃO DE PRODUTO FABRICADO PELA APELANTE QUE CAUSOU, APÓS O TERCEIRO DIA DE USO, O APARECIMENTO DE MANCHAS ESCURAS E VERMELHAS NO ROSTO, FICANDO O MESMO DESFIGURADO. IMPOSSIBILIDADE DE SE ENTRAR EM CONTATO COM A APELANTE. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO PARA CUSTEAR O TRATAMENTO NECESSÁRIO JUNTO A DERMATOLOGISTA. PROCEDÊNCIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA FUNDAMENTADA NA TEORIA DO RISCO DO EMPREENDIMENTO, DEVENDO O EMPREENDEDOR SUPORTAR OS RISCOS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL, TAL COMO DELA AUFERE OS LUCROS. INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CDC, SOMENTE AFASTÁVEL PELAS EXCLUDENTES PREVISTAS NO § 3º. NÃO SE SUSTENTAR A ALEGAÇÃO DA APELANTE DE CUMPRIR O PRODUTO POR ELA FABRICADO TODAS AS EXIGÊNCIAS DA ANVISA, ESTANDO EM PREFEITO ESTADO DE USO, E QUE, SE OCORREU ALGUM PROBLEMA COM A APELADA, ESTE SE DEVE À SENSIBILIDADE DE SUA PELE A ALGUM PRODUTO EXISTENTE NA COMPOSIÇÃO DO REFERIDO CREME. O FABRICANTE DE QUALQUER PRODUTO APENAS NÃO SERÁ RESPONSABILIZADO QUANDO PROVAR QUE NÃO COLOCOU O PRODUTO NO MERCADO; QUE O DEFEITO INEXISTE; OU CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU TERCEIRO. INTELIGÊNCIA DO ART. 12, § 3º DO CDC. NÃO COMPROVAÇÃO PELA APELANTE DE QUAISQUER DOS ITENS ACIMA, ÔNUS QUE LHE CABIA, POR FORÇA DO ART. 333, INCISO II DO CPC. TANTO A PROVA MATERIAL COMO A TESTEMUNHAL CONFIRMAREM O NEXO DE CAUSALIDADE, SENDO CERTO QUE OS DANOS OCORRIDOS DECORRERAM DO USO DO PRODUTO. FALHA DO SERVIÇO COMPROVADA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. OCORRÊNCIA DE ABORRECIMENTO, DOR E HUMILHAÇÃO, TENDO A APELADA SIDO OBRIGADA A SE VALER DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO PARA CUSTEAR O TRATAMENTO DERMATOLÓGICO, EM FACE DA IMPOSSIBILIDADE DE ENTRAR EM CONTATO COM A APELANTE. VALOR DA INDENIZAÇÃO FIXADO DE R$ 5.000,00 QUE ATENDE AOS CRITÉRIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE, CONSIDERANDO O GRAU DE INTENSIDADE DA LESÃO E A CAPACIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DAS PARTES, DE MODO QUE NÃO CAUSE ENRIQUECIMENTO EXORBITANTE PARA QUEM RECEBE NEM SEJA INSIGNIFICANTE PARA QUEM PAGA. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO.
APELACAO 0001915 82.2013.8.19.0080
VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). JDS. DES. MARCIA CUNHA SILVA ARAUJO DE CARVALHO Julg: 03/12/2014
Ementa número 15
CADEIRANTE
TRANSPORTE COLETIVO
PROIBICAO DE INGRESSO
CONDUTA ABUSIVA
DANO MORAL
AGRAVO INOMINADO EM APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. PASSAGEIRO MENOR E CADEIRANTE, IMPEDIDO DE INGRESSAR EM ÔNIBUS. POSTURA ABUSIVA DE FUNCIONÁRIO DA RÉ. DANO MORAL. VALOR CORRETAMENTE ARBITRADO. 1. A decisão agravada resolveu corretamente a questão e deve ser mantida. 2. A responsabilidade objetiva do transportador advém de tríplice fundamento, vistos o § 6º do artigo 37 da CRFB/88, a relação de consumo que existe entre as partes bem como diante do que dispõe o art. 734 do C.C./2002. 3. É por demais absurdo aceitar a situação descrita como um mero aborrecimento em especial diante da condição do 2º autor, criança de 6 anos ao tempo dos fatos e ademais portador de necessidade especial, acompanhado de sua mãe, ora 1ª autora. 4. O dano moral é claro e advindo da postura abusiva, desrespeitosa em face dos passageiros que, impedidos de embarcar e seguir viagem como normalmente faziam, são expostos a comentários do publico que presencia tal cena. 5. Valor indenizatório arbitrado que se mostra justo e adequado ao caso pelo que merece ser mantido. 6. Desprovimento do recurso.
APELACAO 0018960 49.2011.8.19.0087
VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES Julg: 05/11/2014
Ementa número 16
PLANO DE SAUDE COLETIVO
MIGRACAO PARA PLANO INDIVIDUAL
ISENCAO DA CARENCIA
MENSALIDADE
VALOR EXCESSIVO
DESCABIMENTO
AGRAVO INOMINADO. APELAÇÃO CÍVEL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. RESILIÇÃO UNILATERAL PELA SEGURADORA. POSSIBILIDADE DE MIGRAÇÃO DOS SEGURADOS PARA PLANOS INDIVIDUAIS, SEM CARÊNCIA E COM VALORES COMPATÍVEIS COM O PLANO COLETIVO. Ausente qualquer argumento capaz de infirmar a decisão agravada. Sentença de procedência. Possibilidade de migração do plano de saúde coletivo para o de modalidade individual/familiar com a portabilidade da carência cumprida e com as mesmas características de cobertura. Controvérsia que reside no valor da mensalidade a ser paga. Mensalidade proposta que é excessivamente onerosa e que coloca o consumidor em desvantagem exagerada. Verdadeiro repasse ao consumidor dos ônus financeiros e dos prejuízos suportados no antigo plano, e não mero reajuste. Aplicação do disposto na resolução n° 254/2011 da ANS. Descabimento do percentual requerido em pedido contraposto. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
APELACAO 0005643 36.2012.8.19.0026
VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). MARIA LUIZA DE FREITAS CARVALHO Julg: 08/10/2014
Ementa número 17
SEGURO DE VEICULO
RECUSA DE COBERTURA
TESTE DO ETILOMETRO
RECUSA
ESTADO DE EMBRIAGUEZ
NAO CONFIGURACAO
DANO MORAL
AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO POR INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA E DANOS MORAIS. PERDA TOTAL DO VEÍCULO EM ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. NEGATIVA DE INDENIZAÇÃO RESPALDADA EM TERMO DE CONSTATAÇÃO DE EMBRIAGUEZ PREENCHIDO POR POLICIAL POR RECUSA EM REALIZAR O TESTE DO BAFÔMETRO EM APARELHO NÃO AFERIDO PELO ÓRGÃO COMPETENTE. REGISTRO DO ESTADO DO ACIDENTADO COMO ORIENTADO, GOZANDO DE MEMÓRIA E EQUILÍBRIO DURANTE O REGISTRO DA OCORRÊNCIA. AUTOR CONDUTOR FARDADO A CAMINHO DO SERVIÇO MILITAR NO HORÁRIO DA MANHÃ. SENTENÇA QUE ATRIBUIU À SEGURADORA A OBRIGAÇÃO DE PAGAR A INDENIZAÇÃO CONTRATADA E REPARAR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS EM R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS). APELAÇÃO DA SEGURADORA RECLAMADA A QUE SE NEGOU SEGUIMENTO. RECURSO ADESIVO DO AUTOR PELA MAJORAÇÃO DO VALOR ARBITRADO A QUE SE DEU PROVIMENTO MAJORANDO PARA R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS) A INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. AGRAVO INTERNO QUE NÃO TROUXE NOVOS ARGUMENTOS E AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
Precedente Citado : TJRJ AC 001205 82.2011.8.19.0207, Rel. Des. Flavio Marcelo de A. Horta Fernandes, julgado em 14/05/2014.
APELACAO 0029606 51.2012.8.19.0001
VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). PETERSON BARROSO SIMAO Julg: 12/11/2014
Ementa número 18
PLANO ODONTOLOGICO
TRATAMENTO ODONTOLOGICO
RECUSA DE COBERTURA
DANO MORAL
A C Ó R D Ã O Apelação Cível. Ação de obrigação de fazer c/c indenização por danos morais. Recusa em dar cobertura ao plano dentário. Previsão expressa no contrato de fornecimento gratuito dos serviços odontológicos por 6 (seis) meses. Sentença de parcial procedência. Irresignação dos réus que não se sustenta. Conduta abusiva do prestador de serviço que atenta contra a própria Dignidade da Pessoa Humana. Falha na prestação do serviço configurada. Situação que ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano. Dano moral configurado. Aplicação analógica da Súmula nº 209 do TJRJ. Verba reparatória fixada em R$ 3.000,00 (três mil reais) que se revela módica. Desacordo aos Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade. Contudo, à míngua de recurso autoral para majoração, o quantum deve ser mantido. Reforma da Sentença, de ofício, com base na Súmula Nº 101 do TJRJ, quanto ao termo a quo dos juros de mora. Precedentes citados: 0014144 24.2010.8.19.0066 APELAÇÃO. DES. REGINA LUCIA PASSOS Julgamento: 16/04/2014 VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR; 0187464 19.2010.8.19.0001 APELAÇÃO. DES. ANA MARIA OLIVEIRA Julgamento: 20/03/2014 VIGÉSIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR; 0006665 07.2012.8.19.0002 APELAÇÃO. DES. REGINA LUCIA PASSOS Julgamento: 03/12/2013 VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR; 0171559 66.2013.8.19.0001 APELAÇÃO. DES. MYRIAM MEDEIROS Julgamento: 23/01/2014 VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR e 0020343 92.2012.8.19.0001 APELAÇÃO. DES. FERNANDO FOCH LEMOS Julgamento: 23/12/2013 TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS. REFORMA, DE OFÍCIO, DA SENTENÇA.
APELACAO 0154267 68.2013.8.19.0001
VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). REGINA LUCIA PASSOS Julg: 06/11/2014
Ementa número 19
COMPRA E VENDA DE LIVROS REALIZADA POR MENOR
AUSENCIA DE AUTORIZACAO DO REPRESENTANTE LEGAL
DESFAZIMENTO DO NEGOCIO PELO VENDEDOR
RECUSA INJUSTIFICADA
DANO MORAL
APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. COMPRA E VENDA DE LIVROS REALIZADA COM MENOR, SEM PRÉVIA ANUÊNCIA DE SEU REPRESENTANTE LEGAL. POSTERIOR NEGATIVA DE ANUÊNCIA PELO REPRESENTANTE. NEGATIVA DE DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO PELO RÉU. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA QUANTO AO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. RECURSO AUTORAL. SITUAÇÃO QUE ULTRAPASSA O LIMITE DO MERO ABORRECIMENTO COTIDIANO. REITERADAS TENTATIVAS DE DESFAZIMENTO DA COMPRA E VENDA COM DEVOLUÇÃO DOS LIVROS. NEGATIVA INJUSTIFICADA DO RÉU. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REFORMA DA SENTENÇA NESSE PONTO. QUANTUM FIXADO NO PATAMAR DE R$ 3.000,00 (TRÊS MIL REAIS), À LUZ DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. MODIFICAÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. RECURSO PROVIDO.
APELACAO 0021222 78.2012.8.19.0202
VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). SANDRA SANTAREM CARDINALI Julg: 06/11/2014
Ementa número 20
COMPRA E VENDA DE VEICULO USADO
CONCESSIONARIA DE VEICULO
IRREGULARIDADE NA DOCUMENTACAO
APREENSAO DE VEICULO
DANOS MORAIS E MATERIAIS
AGRAVO INOMINADO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA PROFERIDA EM SEDE DE APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO. VENDA DE VEÍCULO DE TERCEIROS POR CONCESSIONÁRIA. AUSÊNCIA DE REGULARIZAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO, POR PARTE DA VENDEDORA, NO PRAZO LEGAL. APREENSÃO DO AUTOMÓVEL EM BLITZ DO DETRAN, POR DOCUMENTAÇÃO IRREGULAR. SENTENÇA QUE JULGA PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO AUTORAL. DANOS MORAIS E MATERIAIS CONFIGURADOS. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Sentença que julga parcialmente procedentes os pedidos autorais, condenando a ré ao pagamento de danos materiais, bem como danos morais, no valor de R$ 6.000,00. Apelo da parte ré sustentando ilegitimidade passiva, prescrição e ausência de falha na prestação do serviço, alegando que a regularização da documentação incumbiria à compradora. Decadência do direito de reclamar a reparação de vícios do produto ou serviço (artigo 26, do CDC) que não se confunde com a prescrição de pretensão de obter indenização por acidentes de consumo (artigo 27, do mesmo diploma legal). Demanda que tem por objetivo exclusivamente a reparação dos danos materiais e morais causados à consumidora em razão de apreensão de veículo pelo DETRAN, diante da irregularidade da documentação. Relação de consumo configurada. As circunstâncias fáticas do caso vertente atestam que a ré detinha a responsabilidade pela regularização da documentação do automóvel que vendeu à autora, não só porque vendeu veículo em nome de terceiros, como também porque recebeu valores para a quitação de multas e IPVAs do automóvel. Danos materiais comprovados nos autos. Danos morais arbitrados com razoabilidade e proporcionalidade. Manutenção da sentença renhida. Recurso de apelação a que foi negado seguimento. NEGO PROVIMENTO AO PRESENTE RECURSO.
APELACAO 0002919 83.2012.8.19.0212
VIGESIMA SETIMA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Des(a). TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO Julg: 30/10/2014
Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial.